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Agência Experimental de Notícias

Aumento de temperatura estimula estudo

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) começam a estudar, em laboratório, a adaptação de várias espécies de peixes e de vegetais da Amazônia às oscilações climáticas.
A informação é de Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto, diretor do Laboratório de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) e atual diretor do Inpa, em conferência realizada na 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Rio Branco, Acre.

Sob o tema “As mudanças ambientais e a sobrevivência da Biota Aquática Amazônica”, o pesquisador declarou ao Jornal da Ciência que o estudo está sendo conduzido em estufas com temperaturas previstas para os próximos anos.


O pirarucu, natural da Amazônia, é uma das espécies milenares que apresenta mais capacidade de se adaptar às oscilações climáticas. O peixe que precisa de água e de ar aéreo para respirar pode atingir três metros e peso de até 200 Kg, sendo um dos maiores peixes de água doce fluviais e lacustres do Brasil.
Segundo o pesquisador, é importante estudar o DNA do pirarucu para entender a história milenar dessa espécie. “A Floresta Amazônica é uma mina de ouro para estudar”.
Os resultados já obtidos dos estudos mostram que o estresse do pirarucu a altas temperaturas surtiu efeito em 20% do tamanho do peixe. Os pesquisadores ainda não têm informações do efeito da reprodução do peixe quando exposto a altas temperaturas.
O pesquisador ainda fez um alerta sobre a tendência do aumento da temperatura e sobre os impactos desse fenômeno da diversidade biológica, sobretudo da Amazônia. “A educação e o conhecimento científico poderão mitigar a temperatura drástica que a humanidade enfrentará daqui a 100 anos, cerca de 70 graus Celsius, segundo estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)”.

O aumento drástico da temperatura do globo terrestre deve interferir no solo, água, nas espécies animais e vegetais e, por tabela, na segurança alimentar. Diante disso, ele frisou para a necessidade de uma revolução no sistema de ensino, pelo menos no Brasil, com estímulos ao conhecimento, às vivências regional e cultural, na tentativa de mitigar os reflexos das altas temperaturas que ainda estão por vir.


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Imagem: Reprodução

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