Igarapés poluídos podem causar mutações em sapos
Em
matéria publicada no portal
acrítica.com, o pesquisador ressalta que a poluição do igarapé pode afetar
a expressão gênica dos animais, ou seja, influenciar na formação e
desenvolvimento das espécies estudadas, levando a malformações e atrofias, além
de impactar duramente em sua alimentação. “O Igarapé do Quarenta é considerado
um dos mais contaminados da cidade, porque recebe esgoto doméstico e industrial
dos bairros onde percorre. Porém, em suas margens ainda é possível encontrar
algumas espécies de anuros, como a Scinax
ruber, conhecida como gia, e a Rhinella
granulosa, denominada cururu”, explicou, referindo-se às espécies de sapos
que foram objeto do estudo.
Na
primeira etapa do trabalho, ele comparou a sensibilidade das duas espécies ao
cobre e verificou a capacidade poluente do metal em igarapés urbanos utilizando
girinos e ovos. Para o experimento, que durou quatro dias, foram necessárias
três desovas de Scinax e três de Rhinella, coletadas próximas ao Igarapé
do Barro Branco, na Reserva Florestal Adolpho Ducke, considerada uma área livre
de poluentes. O cloreto de cobre foi diluído na água do Igarapé do Barro Branco
e diferentes análises foram realizadas.
Ainda
de acordo com Felipe, a capital amazonense é cortada por um grande número de
igarapés com predominância de águas pretas que possuem uma composição
físico-química diferente da encontrada em águas de outras regiões brasileiras.
Dentre as principais características das águas pretas estão o baixo pH, as
baixas concentrações de nutrientes e condutividade elétrica, e as altas
concentrações de ácidos húmicos (compostos orgânicos naturalmente encontrados
em solos, sedimentos e na água e são resultantes da transformação de resíduos
vegetais).
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